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Eficiência energética em motores elétricos

Eficiência energética em motores elétricos

A legislação brasileira que regula a produção e utilização de motores elétricos vem mudando e traz consigo um maior nível de exigência no que se refere à eficiência energética da nova geração de motores que estão saindo da linha de produção das indústrias.

Eficiência energética é um termo cada vez mais presente na vida de pessoas, empresas e indústrias, não só no Brasil mas em todo o mundo, seja pela grande fatia que o consumo de energia representa na coluna das despesas, seja pela exigência cada vez maior da sociedade por formas de produção e de consumo que resultem em menor impacto sobre o meio ambiente.

Neste cenário, os motores elétricos têm um papel preponderante quando se pensa em economia de energia. De acordo com a IEA (International Energy Agency), os sistemas de motores elétricos são responsáveis por 53% do consumo global de eletricidade, assim sendo, qualquer redução no consumo de energia destes sistemas resulta em uma grande economia deste recurso escasso.

IEC

Desde 1906 a IEC (International Electrotechnical Commission), organização sem fins lucrativos, estabelece padronização de tecnologias elétricas, eletrônicas e relacionadas.

A IEC contribuiu para a definição de sistemas de motores elétricos energeticamente eficientes através do padrão de teste internacionalmente relevante IEC 60034-2-1 para motores elétricos e o esquema de classificação IEC 60034-30-1 compreendendo quatro níveis de eficiência do motor (“IE-code “):

IE1 Eficiência Padrão

IE2 Alta Eficiência

IE3 Eficiência Premium

IE4 Eficiência Super Premium

Esses códigos IE servem como referência para países adotarem localmente os padrões mínimos de eficiência para desempenho energético (MEPS).

No Brasil, o padrão mínimo exigido para motores elétricos novos é oIE3 – Eficiência Premium, o mesmo adotado por países altamente industrializados como Estados Unidos, Japão, Canadá e Coréia do Sul.

PBE

O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) é um amplo programa de conservação de energia, coordenado pelo INMETRO, que utiliza a Etiquetagem para informar a eficiência energética de produtos comercializados no país. Ele também estimula a competitividade da indústria, que deverá fabricar produtos cada vez mais energicamente eficientes.

Em se tratando de motores elétricos, o PBE se aplica a motores de baixa tensão, incluindo os motores sem faíscas para atmosferas com risco de explosão.

De acordo com a Portaria Inmetro Nº 290/2021, que consolida o regulamento para motores elétricos de indução trifásico, é exigido que o produto seja registrado no Inmetro para poder ser comercializado no país com base na emissão, pelo fornecedor da Declaração do Fornecedor, atestando a conformidade do objeto aos requisitos e sua correspondente classificação energética.

Um estudo conduzido em 2015 pela Eletrobrás concluiu que a adoção do padrão IE3 para os novos motores elétricos produzidos no país pode trazer uma economia de até 3% no total do consumo de energia elétrica em todo o país, o equivalente a uma economia de 18 milhões de reais até 2020 e de 662 milhões de reais até 2050, proporcionando ainda uma grande ajuda no atingimento das metas de conservação de energia estabelecidas pelo governo federal em seu Plano Nacional de Energia 2030.

Este estudo ainda apontou que o aumento de preços dos motores, devido às novas exigências, será absorvido pelo mercado dada a agregação de maior valor tecnológico aos mesmos. Estes equipamentos trarão menores custos com a energia elétrica para os usuários finais, apesar do maior custo de aquisição, também por este motivo, a utilização de motores premium como motores padrões é uma tendência internacional.